“Sou um pouco audaz, sobretudo quando se trata de fazer retratos. Quando me pediram para fazer um de S. Josemaria Escrivá, disse: por que não? Para mim era uma honra retratar uma figura tão importante”.
Maria Faraone é uma pintora cuja temática é o ser humano e a beleza. Tem um ponto de vista particular ao considerar que “a arte é algo que nos tem que elevar como pessoas”. Admite que nem todos partilham da mesma opinião, mas ela reafirma sua posição mostrando uma forte personalidade. “Sou rebelde. Necessito de expressar o que sinto. Pinto ao contrário do mundo”. Hoje, a arte abstrata talvez goze de maior prestígio em certas escolas. No entanto, Faraone ainda recorre às figuras concretas, correndo o risco de ser catalogada de “naif”. Ela procura a harmonia e tenta refleti-la através da cor, da alegria, inclusive da dor. Porque afirma que não se pode ser solidário sem consciência da dor e não admite a despersonalização.
Como descobriu S. Josemaria Escrivá?
“Conheci o Opus Dei através do meu marido. Depois, li o Caminho, o Sulco... Vi filmes de S. Josemaria Escrivá. Fiz retiros espirituais. Gostei muito do espírito da Obra, a procura da santidade nos afazeres da vida cotidiana, cada qual a partir do seu lugar. Pareceu-me uma maravilha. Ajudou-nos a ser melhores. Notei uma mudança. Podíamos ter mais paz, entendíamos mais coisas, podíamos encontrar um sentido para as contradições. Aprendi a oferecer os contratempos...”
Que acha do “ar” que se respira nos trabalhos promovidos pelo Opus Dei?
“No exercício das virtudes, que propõe o Opus Dei, vi refletido o espírito da minha mãe. Sempre senti uma profunda admiração por ela e era justamente esse espírito de laboriosidade, de excelência, de fazer as coisas o melhor possível, de se colocar no último lugar... Para mim, foi reafirmar valores que tinha vivido junto de minha mãe. Senti-me consubstanciada, parecia-me lógico o que ouvia. Vi que eram propostas com os olhos em Deus, mas com os pés sobre a terra”.
Como conseguiu captar a paz e a alegria de S. Josemaria nos seus quadros?
“Creio que tiveram influência as fotografias e os vídeos. Além disso, quem se dedica a estas coisas tem uma intuição especial. A mim, agrada-me a figura humana. Creio que é no olhar e nos gestos que se manifesta a personalidade. O retrato tem que refletir o espírito da pessoa”.
A pintura ajuda-a a fazer oração?
“Penso que sim. De alguma, maneira sim. Porque gostaria, através do meu trabalho, de dar glória a Deus. Ter encontrado um veículo para dar glória com isto. Penso que essa é uma das missões que tenho. Além disso, sinto o compromisso de o fazer porque Deus me deu esta facilidade. Penso que o talento não é meu. Foi Ele que mo emprestou e por isso tenho que Lho devolver”.
Que relação tem com o Opus Dei?
“Sou Cooperadora há mais de 20 anos. Quero à Obra como se fosse minha e colaboro no que posso. Vejo o espírito e os meios de formação que põem à disposição das pessoas e dos jovens em particular.”