Que sentido tem a mortificação cristã?

Vários professores da Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra explicam o significado da mortificação cristã.

1. Imitar a Cristo (Javier Sesé)

Javier Sesé é Doutor em Sagrada Teologia pela Universidade de Navarra.

É típico de uma pessoa apaixonada e agradecida devolver amor por amor; e o amor manifesta-se com palavras e obras. Quanto maior for o amor, mais inflamadas são as palavras e mais generosas e sacrificadas as obras. Por isso, os cristãos enamorados de todos os tempos se esforçaram por manifestar o seu amor a Deus com palavras (oração) e obras (sacrifício), respondendo assim ao amor de Deus manifestado na Sua Palavra (pregação, Evangelho, ensino) e sacrifício na Cruz.


2. Qual foi a atitude de Jesus a respeito das práticas penitenciais? (Juan Chapa)

Juan Chapa é Doutor em Teologia pela Universidade de Navarra.

À luz do valor da morte de Cristo na cruz, pela qual os homens são redimidos dos seus pecados, os cristãos entenderam que as práticas penitenciais - especialmente o jejum, a oração e a esmola - e qualquer sofrimento não só se ordenavam à conversão, mas podiam associar-se à morte de Jesus como meio de participar do sacrifício de Cristo e cor redimir com Ele.

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3. Orar com o corpo e a alma (Jutta Burggraf)

Jutta B. foi Doutora em Teologia pela Universidade de Navarra

Há coisas que não entendemos. Só podemos aproximar-nos delas com fé e com amor. Por que é que Jesus Cristo morreu na cruz? Foi necessária essa paixão horrível para nos libertar da nossa obscuridade interior? Claro que não. Deus poderia ter perdoado os nossos pecados de mil maneiras diferentes, ou simplesmente não os perdoar. Provavelmente, escolheu a mais impressionante de todas, a que mais claramente manifesta a loucura do Seu grande amor: fez-se homem - um de nós - e compartilhou as alegrias e dificuldades da nossa vida até ao fim.


4. A beleza dos santos e a mortificação (Pablo Marti del
Moral)

Pablo Marti del Moral é Doutor em Teologia pela Universidade Pontifícia da Santa Cruz.

No cristianismo, a mortificação não procura a dor pela dor. Neste sentido, para entender a mortificação do corpo, deve-se colocá-la ao lado da imagem de um santo: encaixa-se com o sorriso de João Paulo II ou com a paz de Teresa de Calcutá no meio dos mais pobres dos pobres. Avaliando ambas as premissas, se formos ao fundo da questão, descobrimos que a mortificação do corpo responde fundamentalmente a duas motivações: autocontrolo ou domínio de si mesmo e o embelezamento da pessoa.