Jovens “voluntários” de Lisboa ajudam no lar de São Francisco

O artigo publicado na “Tribuna das Ilhas” (Horta) descreve uma acção de voluntariado realizada por professores e alunos do Colégio Planalto, escola a que o Opus Dei presta atendimento pastoral.

No Lar de S. Francisco.

Pelo terceiro ano consecutivo, um grupo de jovens, integrando alunos e dois professores do Colégio Planalto, de Lisboa, deslocaram-se à Horta para prestar serviço de voluntariado no Lar de São Francisco, da Santa Casa da Misericórdia.

Trata-se de uma missão, a todos os títulos louvável e ao que sabemos única nos Açores, que surgiu – como disse o “líder” do grupo, Mário Rosa – “de um modo circunstancial quando se deu o terramoto de 1998, que deixou muitas pessoas desalojadas, o que nos motivou para vir prestar ajuda”.

Depois de referir que a repetição da missão em 2001 e neste ano se devia ao facto de terem ficado encantados, da primeira vez, com esta ilha e com o óptimo acolhimento que lhes foi dispensado, Mário Rosa, professor do mencionado estabelecimento de ensino secundário, acrescentou que “o objectivo do grupo é prestar serviços onde forem necessários, ajudando nas limpezas ou na cozinha, mas que o principal é estar com os idosos, conversar com eles, pois são pessoas que gostam muito de falar, de contar os seus problemas, e é preciso dar-lhes oportunidade para serem ouvidas”. E concluiu: “Como já conhecemos o ambiente e há muito a fazer pelos idosos, voltaremos sempre que os nossos serviços sejam necessários”.

Por sua vez, Fernando Pena, professor do Ensino Superior e também colaborador do “Colégio Planalto” na área da matemática, mencionou a sua conversão e baptismo no ano passado como a causa da sua presença no grupo. E rematou: “Mais do que a minha amizade com o Mário Rosa e os meus alunos, prende-me a esta missão o dever de cristão, e tudo isto faz sentido naquilo que é o dever de servir e amar os outros, como Cristo nos pediu”.

Durante uma pausa no trabalho.

Depois de fazer também referência ao excepcional sentido de hospitalidade das gentes da ilha do Faial, e também do Pico, que visitou na sexta-feira, Fernando Pena sublinhou que no “Lar de São Francisco há pessoas com vivências extraordinárias” e que “esta foi uma experiência inesquecível”, de tal modo que está disposto a vir de novo para o ano, se a sua colaboração for necessária outra vez.

Por fim, quisemos ouvir as impressões de um jovem estudante, Pedro Neves, que aqui veio completar os seus 18 anos de idade. Para ele, igualmente, esta vinda à cidade da Horta e a missão de “voluntariado” no Lar de São Francisco foram “deveras gratificantes”. E acrescentou: “As pessoas ficam agradadas com o nosso contributo e isso é óptimo porque nós sentimos que podemos ser úteis. Embora perdendo alguns dias de férias, temos a agradável sensação de que estamos a contribuir para melhorar a sociedade ajudando os mais velhos, cujo maior problema, por vezes, é terem uma pessoa disponível para falar com eles e, sobretudo, ouvirem o que têm para dizer”.

Após estes depoimentos para o Tribuna das Ilhas lá partiram esses dez jovens e o seu “líder” a caminho do Aeroporto e de regresso a Lisboa, onde frequentam um centro de formação cristã. Partiram com a mesma alegria com que dias antes haviam chegado e com a consciência de mais uma missão cumprida no âmbito de um “serviço de voluntariado” a que aderiram de alma e coração.

Fernando Melo//Jornal “Tribuna das Ilhas”, 06 de Setembro de 2002