O prelado: “Nunca nos separamos, porque Cristo nos une”

O Prelado do Opus Dei concluiu a sua viagem à América Central e ao Caribe. Oferecemos um resumo de sua catequese no Panamá, Costa Rica, Nicarágua e Porto Rico.

Domingo, 3 de fevereiro

No seu último dia em Porto Rico, o prelado celebrou a Missa em Monteclaro. Na homilia, falou da serenidade que vem de saber que somos filhos de Deus. Depois teve uma reunião com os promotores e diretores da Escola de Hotelaria Monteclaro e das escolas Sonsoles e Summit Academy. Alguns contaram sobre os esforços humanitários que foram feitos depois de o furacão Maria passar pela ilha.

Antes de se despedir, o prelado abençoou uma pequena árvore de guayacán. É uma árvore nativa das Antilhas muito apreciada pela sua madeira dura e resistente.

Ao dar a bênção, disse que “nunca nos separamos porque o próprio Cristo nos une”. Na saída de Paloblanco, encontrou um bom grupo de professores, alunos e famílias que se despediram.

Sábado, 2 de fevereiro

Na festa da Apresentação do Senhor, o prelado celebrou a Missa no oratório da residência Paloblanco. Comentando os textos da festa litúrgica, ele se deteve nas palavras de Simeão: “Agora podes deixar o teu servo ir em paz, porque os meus olhos viram o Salvador. Devemos desejar ver Deus: vê-lo na Eucaristia, nas circunstâncias diárias, vê-lo nas pessoas que encontramos... Deste modo, colocaremos Cristo no cume das atividades humanas”.

Nessa manhã teve o seu primeiro encontro com mulheres que frequentam os meios de formação oferecidos pelo Opus Dei. Uma das presentes recordou que era o 50º aniversário do início da Obra em Porto Rico: “O que espera de nós?” “O importante - respondeu - é o que Deus espera de nós; e o que ele espera é que sejamos fiéis à nossa própria vocação”.

No final da tarde, em outro encontro, Mons. Ocáriz falou da importância de ver a vontade de Deus também nas contradições: “A fé se aplica ao que não se entende e não se vê. No entanto, o amor de Deus também se manifesta ali”.

Uma das perguntas foi de Héctor, que, juntamente com outros, está empenhado em criar uma escola onde também será oferecida formação cristã: a Sonsoles Summit Academy. Perguntou como superar os desafios que vão aparecendo. Monsenhor Ocáriz explicou que “o primeiro meio que deve ser posto é a fé. Então, não desanimamos com as respostas negativas quando pedimos colaboração para estas iniciativas”. Disse brincando que se não quiserem ajudar, quem perde são eles.

Máximo perguntou como apoiar a família e os filhos num ambiente hostil. O prelado contou um episódio: uma mãe ia com a sua filhinha e encontraram uma amiga; quando a viu com um carrinho de bebê, ousou comentar que parecia loucura ter tantos filhos. A mãe tentou explicar-lhe que os filhos são um dom de Deus e a pequena filha interveio dizendo: “Pois saiba que queremos ter mais”.

No intervalo entre os encontros, Mons. Ocáriz cumprimentou várias famílias que agradeceram a ajuda recebida nas atividades de formação e acompanhamento espiritual oferecido no Opus Dei.

Sexta-feira, 1 de Fevereiro

De manhã, depois de celebrar a Santa Missa na Escola de Hotelaria Monteclaro, Mons. Ocáriz foi a San Juan, onde cumprimentou vinte famílias. Mais tarde, no átrio do centro educativo Puertorreal, falou com sacerdotes e seminaristas de várias dioceses.

O prelado recordou a necessidade de “imitar Jesus Cristo para poder levá-lo aos outros”. Um dos sacerdotes animou o encontro cantando uma 'bomba' - música típica popular - acompanhada de violão, güiro e maracas, instrumentos típicos do Caribe.

Um dos participantes perguntou como superar os momentos de cansaço e desânimo. “Não podemos confundir alegria com entusiasmo”, respondeu Mons. Ocáriz. Podemos sofrer, podemos chorar, mas estar triste não! “Para isso, devemos aprofundar nossa relação com Jesus Cristo”. Concluiu recordando a necessidade de obter muitas vocações para o sacerdócio.

No final da tarde, uma centena de jovens ouviram a catequese do prelado. Javi fez um truque de magia com algumas cartas e depois perguntou como saber o que Deus quer de nós. “A primeira coisa que Deus quer é que façamos o que temos que fazer”, ou seja, que cumpramos nossos deveres. Encorajou-o a ter um horário para melhorar a ordem: “Se você tiver um plano de vida, terá força, serenidade e alegria”.

Outra pergunta deu ao prelado a oportunidade de explicar que “a união com o Senhor dá alegria”. Quando o egoísmo nos domina, não estamos contentes.

Antes de terminar o encontro, David aproximou-se do prelado com um taco de beisebol para pedir que pusesse algumas palavras de encorajamento para os próximos 50 anos. O prelado escreveu umas palavras de São Josemaria: “Sonhai e ficareis aquém”.

31 de janeiro (Porto Rico)

O Prelado do Opus Dei chegou ao Aeroporto Internacional Luis Muñoz Marín, em San Juan, Porto Rico, às 16h05min, para uma visita pastoral até domingo, 3 de fevereiro.

O primeiro encontro de catequese foi realizado no Hotel Escola Monteclaro, com as mulheres que trabalham e estudam ali. Recordando a JMJ, Monsenhor Ocáriz disse que “um bom propósito para qualquer jovem que tenha estado lá seria rezar muito pelo Papa”.

No final do dia, fez um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento.

30 de Janeiro (Panamá)

No dia 30 de janeiro, no final da tarde, o prelado voltou ao Panamá, depois de passar um dia na Nicarágua. No dia seguinte, na homilia da Missa, comentou o Evangelho do dia, encorajando os presentes a ser luz, sal e fermento onde quer que estejam.

No final da Eucaristia, Lesbia, de Soloy (Chiriqui), deu-lhe um rosário feito por ela mesma com sementes da região de Ngobe Bugle. Contou que tinha feito vários para vender aos participantes da JMJ, e assim angariou fundos para as bolsas de estudo da Escola de Hotelaria em que trabalha.

Antes de ir ao aeroporto para viajar a Porto Rico, o prelado disse aos que o acompanhavam que não se despedia, porque no Opus Dei e na Igreja estamos sempre unidos pela comunhão dos santos.

30 de janeiro (Nicarágua)

O prelado desembarcou na Nicarágua no início do dia para realizar dois encontros de catequese em Manágua, nos centros culturais La Rivera e Villa Fontana.

No encontro com os fiéis e cooperadoras do Opus Dei, recordou que “a fé e o amor de Deus devem encher-nos de segurança, de esperança, de alegria, e quando chega o sofrimento – os pequenos ou grandes desgostos – sempre podemos nos unir à Cruz do Senhor. Qualquer situação, oferecida ao Senhor, faz com que Jesus a tome como sua e lhe dê um valor imenso”.

Yelba disse que ela e outras amigas começaram um centro educacional em Diriamba há 19 anos. O prelado encorajou-as a continuar oferecendo formação humana e cristã a muitas mulheres, “porque tudo o que se faz por Deus é eficaz. Ele conta com as nossas dificuldades e os frutos muitas vezes vêm sem percebermos”.

Jenny, uma das alunas desta iniciativa educativa, confirmou que “vale a pena; muitas pessoas nos esperam”. Para ela, explicou, foi uma ajuda para descobrir Deus porque não praticava nenhuma religião. No dia 26 de maio de 2018, quando a Nicarágua estava em meio a uma forte crise, foi batizada, ganhando assim uma nova esperança de vida.

Marcela, casada e com dois filhos, perguntou se uma mãe, em suas muitas tarefas, pode descobrir a sua vocação. “Sim, é possível. A vocação é dada por Deus e para Ele não há impossibilidade. Como dizia São Josemaria, Deus está ‘tem interesse pelas pessoas que têm muito que fazer e não têm tempo’, porque são pessoas que se dedicam e se entregam aos outros”.

Sandra pediu-lhe que rezasse pela unidade e pela paz na Nicarágua. O prelado assegurou que reza pelo país todos os dias, para as pessoas se aproximarem de Deus e desejarem a paz.

Cindy, engenheira industrial, contou a história da sua vocação ao celibato no Opus Dei. Quando descobriu esta chamada divina, teve medo de que os seus pais não a compreendessem porque não partilhavam a sua fé católica. “Mas confiei que Deus me ajudaria”. O prelado confirmou que o Senhor conta com a nossa liberdade ao nos chamar, “mas também nos ajuda com sua graça; às vezes faz falta confiar mais em Deus”.

No segundo encontro, Mons. Fernando Ocáriz convidou os presentes a “nunca perder a alegria e a esperança”. São Josemaria dizia “o que é preciso para alcançar a felicidade não é uma vida cômoda, mas um coração apaixonado”. Um coração apaixonado é uma fonte de esperança.

Ao considerar o horizonte da evangelização na Nicarágua, disse que “pode parecer que somos muito poucos para o muito que é preciso fazer”. Mas a força de Deus é maior. O trabalho que precisa ser feito e a paz a ser semeada devem levar vocês a rezar mais, a perdoar mais.

Neste sentido, Humberto perguntou ao prelado como aprender a viver melhor e a perdoar quando o ambiente é difícil. “Tendo os mesmos sentimentos de Jesus Cristo diante das pessoas. Em tempos que também eram complexos, São Josemaria rezava assim: ‘Que eu veja com os teus olhos, meu Cristo’. Você pode encontrar a força para perdoar na Eucaristia”.

Hélio se casou e teve recentemente o seu primeiro filho. Como conciliar a vida familiar com o trabalho e a formação espiritual? O prelado recomendou a todos a virtude da ordem. Procura “ter um esquema mais ou menos estabelecido para colocar cada coisa no seu lugar. Às vezes, tendemos a dedicar mais tempo ao que gostamos mais. A ordem amplifica o dia, faz mais coisas caberem”.

29 de janeiro de 2019

O prelado teve uma tertúlia com estudantes universitários e jovens profissionais do Centro Universitário de Miravalles. Mons. Ocáriz sugeriu aos presentes que dessem “graças a Deus pela formação cristã que vocês recebem, sabendo que a formação não termina nunca. O objetivo dessa formação é identificar-nos com Jesus Cristo e devemos receber a formação com uma atitude ativa, para termos os mesmos sentimentos de Cristo”.

E, quando não tivermos vivido como Cristo, “sempre podemos recorrer à confissão, que pode nos levantar. A força vem do Sangue de Cristo, e por isso vale a pena desejar ser almas de Eucaristia”.

O prelado lembrou a importância de continuar rezando pelo Papa Francisco, e por todo o mundo, porque há lugares onde estão passando por momentos difíceis. Concretamente, “que isto leve vocês a tratar melhor os outros e a cuidar da fraternidade, em casa e com os amigos”.

Isaac fez a primeira pergunta. Está estudando Veterinária e já colabora em uma fazenda, com vacas e porcos. Como podemos descobrir a beleza da virtude da pureza? “O sexo não é algo obscuro”, respondeu o prelado. “Mas por ser uma realidade tão boa, grande e nobre, sua corrupção traz muito mal. Por outro lado, se lutarmos para viver esta realidade de maneira ordenada, ficamos cheios de alegria, de capacidade de pensar nos outros. Todos nós temos que lutar, sem desanimar. Assim será até o fim dos nossos dias”.

José Luis disse que é da Venezuela, embora esteja estudando na Costa Rica. “Mas desejo com todas as minhas forças regressar ao meu país para ajudar o meu povo.” O prelado lhe disse que reza muito pela Venezuela para que não haja mais sofrimento ou violência.

Nacho perguntou como proteger e empoderar mais as mulheres em uma sociedade onde elas não são suficientemente respeitadas e a sua dignidade é muitas vezes violada. Por sua vez, Tomás e Mariano deram a Mons. Ocáriz uma camiseta da seleção costarriquenha - “la sele” - por ocasião do aniversário de sua eleição e nomeação como prelado do Opus Dei. O lado de trás da “roja” [vermelha] dizia “El Padre”.

Juan Félix contou que ele é “Juan Félix 3”, e que tanto seu avô quanto seu pai e ele têm o mesmo nome os três são supernumerários do Opus Dei. Comentou que tinha pedido a admissão recentemente e perguntou como manter viva a alegria da vocação e não perder o entusiasmo. “Todos nós temos uma vocação. Ninguém é indiferente ao Senhor. Deus tem um plano para todos. Não depende do entusiasmo; não se deve confundir a certeza da vocação com o entusiasmo. É a resposta a um chamado de Deus”.

Fernando tem 21 anos e estuda Engenharia Industrial; perguntou como incluir o respeito à criação em nosso caminho para a santidade. “A santidade está em tudo porque podemos encontrar Deus em qualquer coisa e qualquer atividade. O respeito e o cuidado com a criação reside tanto em não derrubar um bosque quando isso não deve ser feito, quanto em derrubá-lo quando for preciso, se isso for um bem do ser humano. Tudo depende da ordem com que as coisas são feitas”.

Anteriormente, Mons. Fernando Ocáriz tinha realizado outra catequese com mulheres que frequentam os meios de formação oferecidos pelo Opus Dei. O prelado falou-lhes da importância de enfrentar “todas as situações da nossa vida, alegrias e tristezas, da mesma forma que Jesus o faria”.

Maripaz, um estudante de educação infantil, perguntou como navegar nas redes sociais. “Você pode estar presente”, foi a resposta, “e fazer isso de uma forma muito positiva. Ao mesmo tempo, exigirá muito autocontrole, para não dedicar mais tempo do que o necessário”.

Rosa, da Guatemala, queria saber como confiar na vontade de Deus quando não é fácil de aceitar. De fato - disse o prelado – “Deus tem um propósito para cada um de nós, que muitas vezes é difícil de entender, porque o Senhor permite contrariedades e fracassos. São Josemaria, que teve que sofrer muito, ensinou-nos que podemos chorar ou não compreender muitas coisas, mas que não devemos admitir a tristeza. Se temos fé, acreditamos no grande amor de Deus por nós. Deus quer que sejamos santos, o que não significa ser perfeitos; ama-nos com os nossos defeitos, mas sempre lutando”.

Paula, estudante universitária, contou que participou da Jornada Mundial da Juventude no Panamá e como ficou impressionada com o número de jovens de diferentes latitudes que compõem a Igreja. Ocáriz disse: “Isso deve nos ajudar a ver, nos outros, o amor que Deus tem por cada um. Vamos tentar vê-los com os Seus olhos. Às vezes pode ser um pouco complicado, mas conseguimos pedindo a Deus essa caridade para lidar com cada pessoa”.

Além disso, o prelado recordou que, ao nos relacionarmos com pessoas que não partilham a nossa fé, em primeiro lugar devemos amá-las e pensar que Deus quer se dirigir a elas através de nós, “não por sermos melhores, mas porque recebemos mais de Deus. Devemos rezar pelas pessoas que estão longe d'Ele”.

28 de janeiro de 2019

Mons. Ocáriz começou sublinhando a importância da alegria: “O desejo de Deus é que estejamos contentes, que a nossa alegria seja completa; conseguimos isto com a sua graça e ajuda, para ser feliz é preciso ter um coração apaixonado por Deus e Ele nos dará a força para amar a todos: família, amigos e companheiros.

A primeira pergunta foi de Marjorie, que em breve cumprirá 55 anos de casada; perguntou como entender e perceber que temos muito a contribuir para nossas famílias. “Você mesma percebeu que a maior coisa que podemos fazer é ajudá-lo a conhecer Cristo, tratá-lO e levá-lO a todos os lugares, em resposta a tudo o que Ele nos deu, principalmente na própria família”.

A maior coisa que podemos fazer é ajudá-lo a conhecer Cristo, tratá-lO e levá-lO a todos os lugares

Depois o prelado respondeu a Jéssica, que é do Peru e foi à Costa Rica por trabalho. Perguntou como levar a luz da fé a muitas pessoas: “Aproveite as situações do dia para conhecer mais pessoas, pedir luzes do Espírito Santo”.

O prelado enfatizou o valor da fraternidade nas famílias, entre amigos e com os colegas. Gabriela, mãe de sete filhos, queria saber como viver a caridade com os entes queridos que têm ideias diferentes das nossas: “Ser amigo, marido ou mãe requer um esforço espiritual. Para compreender os que nos rodeiam, devemos primeiro ver neles o bom, o positivo, o melhor de cada um. Todos nós valemos muito e diante desta realidade não há espaço para distinção: as diferenças devem nos levar a amar-nos e valorizar-nos mais”.

Claudia quis saber como não desanimar ao tentar aproximar os outros de Deus, quando as pessoas pensam que não têm tempo para o Senhor. “Não desanime. Pense como custou para São Josemaria começar a Obra. Ao mesmo tempo, tenha consciência de que o nosso trabalho nunca é em vão. Quando fazemos as coisas por Deus, tudo é para Sua Glória”.

O prelado destacou o papel dos cooperadores, que apoiam o trabalho da Obra para que possa avançar nas suas diferentes iniciativas.

A última a pergunta foi Laura, casada, que apesar do pouco tempo que restava aproveitou a oportunidade para fazer duas perguntas ao Padre: a primeira sobre como contribuir para a cultura da vida, e a segunda sobre como ajudar os jovens recém-casados a perseverarem em seu casamento.

Em resposta à primeira pergunta, o prelado recordou que com o aborto morre uma pessoa inocente: “é uma pessoa diferente. Não nos deixemos levar pela corrente, infelizmente, dominante”. Sobre a segunda pergunta, ele respondeu: “Quando um casamento se rompe muito rápido, é porque falta amor. O amor não é o entusiasmo inicial, que passa; o amor é desejar o bem da pessoa. Devemos ensinar o que é o amor aos mais jovens”.

27 de janeiro de 2019

O Padre chegou a San José (Costa Rica), vindo do Panamá, às 16h15. Ao chegar ao Centro Universitário Miravalles, a residência da Obra onde vai ficar durante os dias em San José, várias famílias estavam esperando para dar as boas-vindas.

Uma das famílias mora em Ciudad Neilly, perto da fronteira com o Panamá; outra em San Luis de Santo Domingo de Heredia e outra em Curridabat, subúrbio da capital. Puderam falar durante vários minutos e no final o prelado lhes deu sua bênção.

Posteriormente, vários estudantes universitários saudaram Monsenhor Ocáriz, assim como um grupo de fiéis da Obra que o esperavam em Guaitil, Academia de Alta Cozinha, que fica ao lado de Miravalles.

Em uma dessas reuniões, José Daniel disse ao prelado que a sua namorada e vários de seus amigos haviam lido “Caminho” com ele e como o livro os havia ajudado. O prelado falou da necessidade de não ter medo de Deus e de falar com Ele como a um amigo. “A Sagrada Escritura dá muitas vezes o conselho de não temer a Deus e saber que estamos sempre acompanhados por Ele. São Josemaria dizia que quem tem medo não sabe amar. Não tenhamos medo se Ele nos pedir mais do que queremos dar”.

25 de janeiro de 2019

O prelado se dirigiu ao Centro Universitário Entremares, um centro do Opus Dei próximo ao Campo Santa Maria La Antigua, epicentro de alguns dos principais encontros da Jornada Mundial da Juventude.

Em Entremares celebrou a Santa Missa. Em sua breve homilia, referiu-se à festa da Conversão de São Paulo. Encorajou os presentes a pedir ao apóstolo das gentes a conversão de cada um dos que participarão nos eventos com o Santo Padre: "Não só pelas conversões de pessoas que não têm fé, mas também para que cada um de nós dê passos em direção ao Senhor”.

Temos que desejar a "conversão permanente", disse. "Como São Paulo, encontramos continuamente o Senhor, que nos diz: O que você espera? Porque se atrasa? Peçamos ao Senhor que nos faça reagir”. Pediu também orações pelos cristãos perseguidos ou com dificuldades especiais.

Em seguida, Mons. Ocáriz dirigiu-se ao Centro de Convenções Vasco Núñez de Balboa, onde realizou a sua primeira tertúlia de catequeses na JMJ. Antes, esteve alguns minutos com um grupo de jovens vindos da Venezuela. Na primeira catequese participaram mais de 1.500 jovens de vários países: do Panamá às Filipinas. As jovens acolheram-no fazendo uma "hola especial", em referência aos dois mares (Atlântico e Pacífico) em que se situa o Panamá.

O prelado começou pedindo orações pelo Papa Francisco. Também falou também de alegria, dizendo que "o nosso objetivo é amar cada dia mais o Senhor" e que cada um de nós está no seu lugar onde a felicidade o espera. Zugeilys, do Panamá, fez a primeira pergunta. Depois foram: Maria José (Colômbia), Natália (Brasil), Guadalupe (Uruguai), Sofia (El Salvador), Karin (Chile), Regina (México), Tita (Guatemala) e Maria Gabriela (Brasil).

"É possível sofrer, é possível chorar, mas estar triste? Não", disse o prelado. Falou sobre a vocação que Deus tem para cada um de nós. "É preciso coragem para querer, não apenas para ver. Quando dizemos sim ao Senhor, é por uma graça interior. Não é preciso temer, porque a vocação, qualquer vocação, é um dom que Ele nos faz.

Portanto, "devemos fazer a nossa parte neste 'sim, quero’. Então, é preciso deixar-se aconselhar, fazer oração e dirigir-se com frequência à Eucaristia. Falou também extensivamente de liberdade: "Porque para se comprometer, é preciso fazê-lo livremente. O compromisso é uma forma de exercer a liberdade", recordou.

Finalmente, mencionou a importância da amizade. "Quando há amizade verdadeira, há interesse pela outra pessoa. Se ela é uma verdadeira amiga", disse a uma das participantes, “vai se interessar pelas suas coisas e você vai se interessar pelas dela. Esse é um ponto de partida e, pouco a pouco, a amizade se torna um apostolado; e juntas vocês se aproximarão do Senhor”.

Depois de receber algumas famílias, à tarde o prelado realizou outro encontro catequético com estudantes universitários. Cerca de 900 jovens, em sua maioria da América Central, encheram a sala. Ao entrar, ele parou para saudar Gerardo, um jovem em cadeira de rodas que está recebendo formação cristã em um centro do Opus Dei. Gerardo deu ao prelado uma estampa de São Óscar Romero.

Nessa catequese, Mons. Ocáriz destacou que "São Josemaria nos recordou que podemos encontrar o Senhor nos momentos da vida cotidiana. A santidade está ao alcance de todos: no trabalho, no esporte, na família... em tudo". E acrescentou: "Às vezes não entendemos as coisas que nos acontecem ou que acontecem no mundo. Para isso, ajuda ter fé”.

Clemente um jovem chileno de 22 anos, pediu ao prelado uma reflexão para os jovens que estão considerando a vocação ao celibato apostólico. "Se uma pessoa vê que é o caminho que Deus lhe mostra - pelas circunstâncias, pelos sinais e pelos conselhos de quem os conhece -, que se lance nela", respondeu. Não fazemos "um favor a Deus com o celibato apostólico. É Ele quem nos dá um dom. Lembre do que Jesus disse à samaritana: ‘Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te o dá...’".

Francisco, do México, disse que há dois anos estava muito longe de Deus e que hoje vive em um Centro da Obra. "Como não abandonar a oração diária? O prelado confirmou que não é fácil ser fiel a um tempo de conversa diária. "O catecismo fala de 'combate' ao falar de oração. É preciso esforço. Mas sempre, mesmo que não saia bem, valeu a pena fazer a oração. Há muitos métodos de oração. Um é ler o Evangelho, entrar nas cenas, tratar o Senhor nelas".

Um jovem nicaraguense mencionou as dificuldades que o seu país está atravessando. "Não se deve perder a esperança", respondeu o prelado. Rezem, porque ao rezar já fazemos muito. A Cruz é um mistério, não a entendemos. É uma questão de fé".

Outro perguntou o que fazer quando se toma uma decisão errada: "Ninguém escolhe o mal em si". Vemos algo bom no mal para escolher aquilo. O importante é "ser muito sincero conosco mesmos para saber que o que nos faz felizes é o bem, o amor, o maior Amor que existe é Deus".

O prelado concluiu com um apelo ao otimismo: "Não devemos desanimar; São Josemaria ensinou-nos a começar e recomeçar. Recomeçar sempre, indo primeiro ao lugar onde está a força: na confissão e na Eucaristia; nas boas amizades; nos conselhos...".

No final, os participantes deram-lhe um chapéu típico guatemalteco, pulseiras da JMJ e uma imagem da Virgem.

24 de janeiro de 2019

Mons. Fernando Ocáriz desembarcou na quinta-feira às 18h45 no aeroporto de Tocumen (Panamá). Alguns fiéis do Opus Dei e voluntários da JMJ acompanharam-no até à capela, onde alguns dias antes tinha sido inaugurada uma placa comemorativa da passagem por aquele lugar de vários santos, entre os quais São Josemaria. O prelado rezou diante de uma imagem da padroeira do Panamá, Santa Maria la Antígua.

Depois Foi para o centro de convivência Cerro Azul, situado nas montanhas perto de Tocumen. Ao chegar, cumprimentou as pessoas da Obra que o esperavam no Centro de Formação Tagua, um centro que promove projetos educativos a favor das mulheres panamenhas.

Em Cerro Azul, os que o acompanharam contaram-lhe episódios da JMJ, do Papa, transmitindo o ambiente que há entre os jovens que se reuniram no Panamá.

21 de janeiro de 2019

O arcebispo metropolitano do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, inaugurou no dia 21 de janeiro no Aeroporto Internacional de Tocumen (Panamá) uma placa que recorda os santos e bem-aventurados que chegaram ao país por este aeroporto.

Itinerário da viagem pastoral que o prelado fará depois da JMJ.

O texto diz: "Em memória da passagem pelo Aeroporto Internacional de Tocumen - Panamá, de: São João Paulo II, Papa; São Oscar Arnulfo Romero, Arcebispo; São Josemaria Escrivá, Fundador; Santa Madre Teresa de Calcutá, Fundadora; Bem-Aventurada Maria Romero Meneses, Religiosa; Bem-Aventurado Álvaro del Portillo, Bispo e outras personalidades que fizeram da sua vida um serviço à humanidade".

"Assim permanece para a história os grandes personagens que passaram por este aeroporto", disse o arcebispo.

A placa continua: "Sendo Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, esta placa é inaugurada em comemoração à visita de Sua Santidade o Papa Francisco, de 23 a 27 de janeiro de 2019, e da primeira imagem peregrina de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude".

São Josemaria passou pelo Panamá a caminho da Guatemala em 1975. Viajava da Venezuela numa viagem de catequese.

Dom José Domingo Ulloa lê a placa

A visita de São Josemaria

Em fevereiro de 1975, poucos meses antes da sua partida para o céu, São Josemaria viajava da Venezuela para a Guatemala, e o avião em que estava aterrissou no Panamá, no Aeroporto Internacional Tocumen. O trabalho da Obra no Panamá não tinha iniciado (começou em 1996). O Bem-Aventurado Álvaro del Portillo também viajou com São Josemaria.

D. Javier Echevarría, sendo já Prelado do Opus Dei, viajou ao Panamá no ano 2000 e, num encontro com fiéis da Obra, recordou a sua breve estadia nas terras do canal: "Uno a minha oração - disse D. Javier Echevarría - à oração que São Josemaria fez aqui há 25 anos. Era um sacerdote cujo coração não cabia no seu corpo. Não pudemos ficar mais do de uma hora no aeroporto porque era um lugar de passagem, mas asseguro a vocês que a oração dele se concentrava nesta terra maravilhosa, nos que estavam naquela época, nos que nos precederam e nos que virão".