Espírito de Serviço

Tu também tens uma vocação profissional que te “aguilhoa”. - Pois bem, esse “aguilhão” é o anzol para pescar homens. Retifica, portanto, a intenção, e não deixes de adquirir todo o prestígio profissional possível, a serviço de Deus e das almas. O Senhor conta também com “isso”. (Sulco, 491)

Consideras-te amigo porque não dizes dele uma palavra má. - É verdade: mas também não vejo uma obra boa de exemplo, de serviço... (Sulco, 740)

Quando tiveres terminado o teu trabalho, faz o do teu irmão, ajudando-o, por Cristo, com tal delicadeza e naturalidade, que nem mesmo o favorecido repare que estás fazendo mais do que em justiça deves.
- Isso, sim, é fina virtude de filho de Deus! (Caminho 440)

No meio do júbilo da festa, em Caná, apenas Maria repara na falta de vinho... Até aos menores detalhes de serviço chega a alma se, como Ela, vive apaixonadamente pendente do próximo por Deus. (Sulco 631)

Se o Senhor te deu uma boa qualidade - ou uma habilidade -, não é apenas para que nela te deleites, ou para que te pavoneies, mas para que a desenvolvas com caridade a serviço do próximo. - E quando encontrarás melhor ocasião de servir do que agora, ao conviveres com tantas almas que compartilham o teu mesmo ideal? (Sulco 422)

Por isso, como lema para o trabalho de cada um, posso indicar este: Para servir, servir. Porque, para fazer as coisas, é preciso antes de mais nada saber terminá-las. Não acredito na retidão de intenção de quem não se esforça por alcançar a competência necessária para cumprir bem as tarefas que lhe são confiadas. Não basta querer fazer o bem; é preciso saber fazê-lo. E, se realmente queremos, esse desejo traduzir-se-á no empenho em utilizar os meios adequados para deixar as coisas acabadas, com perfeição humana.

Mas esse serviço humano, essa capacidade que poderíamos chamar técnica, esse saber realizar o ofício próprio, deve, além disso, estar informado por uma característica que foi fundamental no trabalho de São José e que devia ser fundamental em todo o cristão: o espírito de serviço, o desejo de trabalhar com o fim de contribuir para o bem dos demais homens. O trabalho de José não foi um trabalho que visasse a auto-afirmação, embora a dedicação a uma vida operativa tivesse forjado nele uma personalidade amadurecida, bem delineada. O Patriarca trabalhava com a consciência de estar cumprindo a vontade de Deus, pensando no bem dos seus, Jesus e Maria, e tendo em vista o bem dos habitantes da pequena Nazaré. (É Cristo que passa, 50-51)

Sempre que te custe fazer um favor, um serviço a uma pessoa, pensa que ela é filha de Deus, lembra-te de que o Senhor mandou que nos amássemos uns aos outros. - Mais ainda: aprofunda cotidianamente neste preceito evangélico; não fiques na superfície. Tira as conseqüências - é muito fácil -, e acomoda a tua conduta de cada instante a esse apelo. (Sulco, 727)