Natal, pandemia e solidariedade criativa

Criatividade, adaptação e empenho. Estes traços característicos do contexto da pandemia marcaram presença na iniciativa do Natal Solidário em Campinas.

Todos os anos, no verão, as estudantes que frequentam o Centro Cultural Altavila promovem as Férias Solidárias, uma iniciativa de voluntariado para ajudar famílias em regiões carentes com atividades lúdico-educativas, doação de itens básicos, atividades de formação humana e conscientização, entre outros. Porém, diante da pandemia, o afã de realizar uma ação de impacto positivo levou as moças a “recalcular a rota”: angariar doações para o Natal de famílias de alguma comunidade carente de Campinas.

Entraram em contato com o Centro Socioeducativo Semente Esperança, que atende mais de cem famílias do bairro Jardim Paranapanema, e encontraram na ONG o parceiro ideal para o projeto. Decidiram montar kits de presentes de Natal para cada uma das crianças atendidas: ao todo, 150 kits!

“Queríamos que as crianças tivessem um presente personalizado, diferente e útil”, conta Nina, 16 anos, uma das idealizadoras da iniciativa. “Pensamos em fazer garrafas personalizadas com o nome de cada criança, além de uma sacolinha de doces”, completa Mônica. “Mesmo sendo um presente pequeno, foi capaz de colocar um sorriso no rosto delas!”

Muitas pessoas se movimentaram para conseguir doações. Isabella, 25 anos, ficou sabendo da iniciativa pelas redes sociais, e logo se ofereceu para conseguir também alguns brinquedos para as crianças. Teve ajuda da mãe de uma amiga, que durante a quarentena fez bichos de pelúcia de macramê, e desejava doá-los.

Giovanna conta que “participar um pouco mais da organização foi muito bom para aprender a resolver problemas rapidamente, trabalhar em grupo, lidar com imprevistos, ter ideias novas”. Foi a primeira experiência desse tipo para a estudante, que, com a ajuda de amigas e colegas, também contribuiu com a finalização artística das sacolas: cada uma das 150 sacolas teve um “Feliz Natal” em lettering e um cartão.

Por fim, as voluntárias se organizaram em turnos para entregar os kits para as crianças. Com a chegada das crianças, os nomes ganhavam rostos, e as voluntárias puderam ver a concretização do ideal que as motivara desde o início. Lívia disse que "ver a felicidade das crianças ao chegarem com as mãos vazias e saírem com elas cheias de presentes foi lindo! Não via a hora de outra criança chegar para repetirmos essa dose de felicidade!"

As máscaras e o distanciamento não impediram, mas impeliram as moças a receber afetuosamente cada uma das crianças, e desejar um sincero “Feliz Natal”, transparecendo nos olhos um largo sorriso, contentes por ver que o esforço valeu a pena.