"Desprendimento. Como custa!"

Desprendimento. Como custa!... Quem me dera não estar atado senão por três pregos, nem ter outra sensação em minha carne que a Cruz!

O desprendimento não é ter o coração seco..., como Jesus não o teve.
(Caminho, 769)

Desprende-te das criaturas até ficares despido delas. Porque - diz o Papa São Gregório - o demônio nada tem de seu neste mundo, e acode nu à contenda. Se vais vestido lutar com ele, em breve cairás por terra. Porque terá por onde te pegar.
(Caminho, 149)

Nós somos homens da rua, cristãos comuns, metidos na corrente circulatória da sociedade, e o Senhor nos quer santos, apostólicos, precisamente no meio do nosso trabalho profissional, quer dizer, santificando-nos nessa tarefa, santificando essa tarefa e ajudando os outros a santificar-se por meio dessa tarefa. Convencei-vos de que é Deus quem vos espera nesse ambiente, com solicitude de Pai, de Amigo; e pensai que através dos vossos afazeres profissionais, realizados com responsabilidade, além de vos sustentardes economicamente, prestais um serviço diretíssimo ao desenvolvimento da sociedade, aliviais também as cargas dos outros e mantendes muitas obras assistenciais - em nível local e universal - em prol dos indivíduos e dos povos menos favorecidos.

Comportando-nos com normalidade - como os nossos iguais - e com sentido sobrenatural, não fazemos mais do que seguir o exemplo de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa seis lustros oculto, sem chamar a atenção, como outro trabalhador qualquer, e na aldeia é conhecido como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se percebe n'Ele nada de estranho ou excêntrico, que destoe. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu modo de apresentar-se não se distinguia deles. Tanto assim, que Judas precisa de combinar um sinal para identificá-lo: Aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. Emociona-me esta conduta do nosso Mestre, que passa como outro qualquer por entre os homens. (Amigos de Deus, 120-121)

Nunca te havias sentido mais absolutamente livre do que agora, que a tua liberdade está tecida de amor e de desprendimento, de segurança e de insegurança: porque nada fias de ti mesmo e tudo de Deus.
(Sulco, 787)

Nazaré: caminho de fé, de desprendimento, onde o Criador se submete às criaturas tal como ao seu Pai celestial.
(Forja, 810)