Como me tornei catequista

A engenheira ambiental Regina Pedroni da Silva, de 30 anos, começou a dar catequeses quase por acaso. Tinha receio de não ser capaz de ensinar as alunas de sua turma, mas após preparar cuidadosamente as aulas, aproximou-se ainda mais da fé.

Fazia oito meses que Regina frequentava o Centro Cultural Paineiras, em Ribeirão Preto (SP), quando se tornou catequista. No início de 2018, propuseram-lhe o que para ela seria um desafio: ela e outra estudante começariam a dar aulas de catequese aos sábados de manhã para uma turma de cerca de dez meninas de onze anos. O Centro já era responsável pela turma, e precisava de novas professoras para dar continuidade à formação para a Primeira Comunhão das alunas.

Desde o início do Opus Dei, São Josemaria estimulou que os jovens que frequentavam os meios de formação dessem aulas de catequese em hospitais e bairros mais pobres de Madri. Semanalmente, os grupos o procuravam para levar consolo e conhecimento sobre a doutrina católica para os mais necessitados. Dessa forma, o fundador buscava ajudar tanto os pobres e doentes em sua condição quanto os jovens, para que se aproximassem de Deus e crescessem em generosidade.

Mesmo sabendo da importância do encargo, Regina conta que teve receio de dar aulas no início: “A gente ficou bem assustada no começo, porque na verdade eu nunca tinha pensado em dar aulas de catequese, e eu fiquei com muito medo. Eu pensava: ‘Meu Deus, como eu vou ensinar crianças?’ Não sabia se tinha o conhecimento suficiente para explicar. Então no início eu fiquei muito apavorada”.

Apesar disso, Regina diz que as aulas lhe ajudaram a ter uma visão mais profunda da fé cristã e amar ainda mais a doutrina da Igreja. “Primeiro, nós sentamos e fizemos um cronograma do que deveríamos dar, e então começamos a estudar. Foi muito bom para mim, pois eu cresci muito mais no conhecimento e comecei a ter mais fé por causa da catequese”.

A cada quinze dias, Regina volta para a cidade de sua família. Portanto, precisava se revezar aos sábados com Thalyne, sua colega no encargo, e que vinha da cidade em que estuda para dar as aulas.

Não foi fácil no início, pois muitas meninas eram inconstantes nas aulas: havia semanas em que apareciam dez meninas, em outras sete, ou então duas. Aos poucos, algumas saíram da turma, mas as que ficavam tinham interesse em aprender e participavam ativamente das aulas. “Eram meninas especiais, pois a família dava mais atenção e estavam realmente interessadas em participar da formação. Elas iam porque queriam, e não porque os pais levavam”, conta Regina.

Percebendo que as meninas corriam o risco de perder o tempo em casa durante as férias, Regina organizou uma atividade para se aproximar das famílias das alunas: “Um dia nós fizemos um piquenique na casa de uma delas, fizemos algumas brincadeiras. Isso nos uniu muito. Foi muito gratificante para mim o agradecimento da mãe que disponibilizou a casa. Ela disse que estávamos fazendo a diferença, e que gostaria que as outras catequistas fossem como nós. Então nós conseguimos transmitir algo para a família também”, diz Regina.

Ao final do ano, três alunas fizeram a primeira comunhão. “Foi muito emocionante para a gente, porque vimos que aos poucos o nosso trabalho valeu a pena”, diz a catequista. Hoje, Regina continua a dar aulas de catequese na mesma paróquia para uma turma de quinze alunos aos sábados à tarde.

Como as crianças são agitadas, ela sempre procura novas formas de dar o conteúdo, como vídeos e jogos. Além disso, busca constantemente novos materiais para preparar as aulas e aprofundar o conhecimento da doutrina. “Eu sempre dedico um tempo para preparar, pesquisar, pensar em uma dinâmica, alguma coisa mais lúdica, para tentar trazer para a linguagem da criança”, conta a catequista.

Para concluir, Regina dá uma dica para quem pensa (ou não) em dar aulas de catequese: “Dá mesmo medo, mas tem que se lançar. Acho que é uma questão de se preparar. É algo que só tem a agregar, porque ela aprenderá mais sobre a fé. E apesar de as crianças fazerem o caos de vez em quando, elas são carinhosas, então vale a pena a relação que se cria com elas. Então não precisa ter medo!”