Avvenire Entrevista completa (em italiano). Ocàriz (Opus Dei): «Santità, la via per essere felici»
A recente exortação apostólica Gaudete et Exsultate sobre o “chamado à santidade no mundo contemporâneo” em muitos pontos lembra de perto os ensinamentos de São Josemaria Escrivá. O que isso significou para o senhor?
A chamada universal à santidade é o fundamento dos ensinamentos do fundador do Opus Dei. Ele sempre insistia que a santidade não é algo para os privilegiados: “O Senhor chama a todos, de todos espera Amor: de todos, onde quer que estejam; de todos, seja qual for o seu estado, a sua profissão ou ofício”. Deus chama à santidade o professor de ensino médio, o artista, o empresário, o cozinheiro, o agricultor, a quem se ocupa das tarefas domésticas, o jornalista, o atleta, aquele que sofre o drama do desemprego…
[O fundador do Opus Dei] insistia que a santidade não é para privilegiados
Já em vida, o fundador teve a grande alegria de ver como o Concílio Vaticano II confirmou e proclamou essa realidade: que a santidade é para todos. Portanto, compreende-se que, ao ler a Gaudete et exsultate, eu imediatamente pensasse na alegria que São Josemaria teria experimentado, vendo esta nova expressão da mensagem da chamada universal à santidade, nas palavras do Papa Francisco.
O que o impressionou mais?
O Papa apresenta as bem-aventuranças como a carteira de identidade daqueles que buscam a santidade na vida cotidiana. É um caminho que, às vezes, requer ir contra a corrente, mas no final, precisamente, é bem-aventurança, ou seja, felicidade. É muito importante mostrar, com o exemplo, que viver como cristãos é também algo que humanamente já compensa nesta terra, apesar das dificuldades que todos temos que suportar.
Pareceu-me muito bonita a insistência do Papa em fundamentar a santidade nos pequenos gestos, algo muito característico de São Josemaria
O caminho das bem-aventuranças é também um caminho de felicidade para nós e para os outros. Pareceu-me muito bonita a insistência do Papa, ao longo de toda a exortação, em fundamentar a santidade nos pequenos gestos, algo muito característico de São Josemaria, que no seu livro Caminho escreve: “Não reparaste em que 'ninharias' está o amor humano? - Pois também em 'ninharias' está o Amor divino”.