"A festa da paz"

"Como toda a festa cristã, esta que agora celebramos é especialmente uma festa de paz (…).Mas olhemos também para o mundo: porque é que não há paz na terra?" Homilia pronunciada por São Josemaria em 4 de abril de 1971, Domingo de Ramos.

Luta interior

Como toda a festa cristã, esta que hoje celebramos é especialmente uma festa de paz. No seu antigo simbolismo, os ramos evocam a cena narrada pelo Gênesis: Depois de ter esperado outros sete dias, Noé soltou de novo a pomba. E eis que pela tarde ela voltou, trazendo no bico um ramo de oliveira com folhas verdes. Entendeu, pois, Noé que as águas já não cobriam a terra. Recordamos agora que a aliança entre Deus e seu povo é confirmada e estabelecida em Cristo, porque Ele é a nossa paz. Nessa maravilhosa unidade e recapitulação do velho no novo, que caracteriza a liturgia da nossa Santa Igreja Católica, lemos no dia de hoje estas palavras de profunda alegria: Os filhos dos hebreus, levando ramos de oliveira, saíram ao encontro do Senhor, clamando e dizendo: Glória nas alturas.

A aclamação a Jesus Cristo vem unir-se na nossa alma àquela outra que saudou o seu nascimento em Belém. E por onde Jesus passava, conta São Lucas, as multidões estendiam seus mantos pelo caminho. E quando já ia chegando à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus, em altos brados, por todos os prodígios que tinha visto, dizendo: bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor, paz no céu e glória nas alturas.

Paz na terra.

Pax in coelo, paz no céu. Mas olhemos também para o mundo: por que não há paz na terra? Não, não há paz na terra. Há somente aparência de paz, equilíbrio de medo, compromissos precários. Não há paz nem mesmo na Igreja, sulcada por tensões que retalham a alva túnica da Esposa de Cristo. Não há paz em muitos corações que tentam em vão compensar a intranqüilidade da alma com o bulício contínuo, com a pequena satisfação de bens que não saciam, porque deixam sempre o sabor amargo da tristeza.

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