Dez anos de voluntariado em Puente Vallecas, com a proteção do Beato Álvaro

Esta obra social, que surgiu em torno da beatificação de Álvaro del Portillo, contou com a ajuda de 3 500 voluntários e atendeu 22 500 comensais. Mas o que é importante é que por trás de cada um destes números existe uma pessoa com uma história de sofrimentos e dificuldades.

Fotografias de F. J. Berguizas

Em setembro de 2014, a Associação Memoria Álvaro del Portillo encarregou-se da organização das cerimónias da beatificação do primeiro sucessor de São Josemaria, que tiveram lugar em Valdebebas (Madrid) e em que participaram mais de 200 000 pessoas de todo o mundo.


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Foi desejo desta Associação que o exemplo do Beato Álvaro perdurasse em Madrid e, de acordo com o Pe. José Manuel Horcajo, pároco de São Raimundo Nonato promoveu-se um trabalho de voluntariado.

As razões para a escolha desta igreja foram duas: primeiro, porque é uma paróquia em que o Beato Álvaro foi catequista em 1930, durante os seus anos universitários; segundo, porque a situação de crise económica que se vivia em Espanha (e no mundo) nessa altura, tornou crónicas as necessidades sociais na zona de Puente de Vallecas, com muita população imigrante em situação de pobreza o risco de exclusão social.

Para lá dos dados: as pessoas

Cerca de três mil e quinhentos voluntários tornaram possível que nos seus 10 anos de história, a Obra Social Álvaro del Portillo tenha colaborado, em conjunto com outras pessoas e associações, para atender 22 100 comensais por ano nos locais facultados pela paróquia de São Raimundo Nonato, em Puente de Vallecas.

Desde setembro de 2014, este voluntariado colabora em três áreas: social, familiar e pessoal. Graças à ajuda do Banco Alimentar de Madrid e de outras entidades, distribui-se uma média de 900 sacos de comida por mês, de que beneficiam 300 famílias.

Faculta-se a formação e inserção laboral mediante cursos de cozinha, geriatria, manipulação de alimentos e inglês básico, entre outros. Cada curso é frequentado, em média, por 80 pessoas, e nestes dez anos já passaram por eles um total de 800 pessoas, atendidas por 122 voluntários.

O atendimento às famílias é outro dos eixos da Obra Social, com programas para casais, noivos, mães solteiras e mulheres sós. Junto dos voluntários, vários especialistas trabalham em mediação familiar com casais em dificuldades. Nestes dez anos, trabalhou-se com mais de 3 200 pessoas.

Além disso, procura-se responder a crianças e jovens com carências educativas, familiares e económicas. Nestes anos, foram atendidos 300 com diversas atividades de apoio escolar graças à ajuda de 160 voluntários.

A seguir aos espanhóis, os beneficiados nestes 10 anos são cidadãos peruanos, equatorianos, venezuelanos e cubanos. A nova cantina social, em funcionamento desde 2017, foi preparada e equipada com donativos de particulares e contributos de entidades privadas, que atingiram os 140 000 euros.