"Temos muito a agradecer a Deus"

No dia 1o de maio de 2010, Maria Lucia Pimentel Cintra e Jorge do Amaral Cintra comemoraram sessenta anos de casamento, suas bodas de diamante. Aqui nos contam um pouco dessa aventura.

O que dizer desses sessenta anos juntos?

Maria Lucia. Quando nos casamos, Jorge tinha 24 anos e eu 18. Tivemos nove filhos: quatro na primeira década e cinco na segunda. Os dois últimos são gêmeos. Quantas alegrias e quantas turbulências. Nós nos casamos no dia 1º de maio, dia do trabalho e de São José operário, de modo que não nos faltou trabalho. Valeu a pena!

Jorge. Uma trabalheira, mas também uma alegria só!

Vocês tiveram nove filhos! As pessoas não se surpreendem?

quando ainda eram seis filhos

Maria Lucia. Nossos filhos cresceram muito unidos, amigos uns dos outros. É natural que uns tenham mais afinidades entre si, mas todos – graças a Deus – se querem muito bem. Todos se interessam pela sorte de cada um. São duas mulheres e sete homens das mais diversas profissões: dois engenheiros, uma psicóloga, uma paisagista, um advogado e três administradores de empresa (dos quais um depois tornou-se sacerdote). Um não se formou: Deus o chamou para junto de si aos 15 anos.

Jorge. As pessoas se surpreendem e eu sempre insisto nas alegrias insuperáveis que continuamente tivemos e na colaboração que demos à sociedade com esses filhos tão bons (sou um pai coruja) e de quem tanto nos orgulhamos!

Que experiência transmitiriam aos casais mais jovens?

O casal com os nove filhos

Maria Lucia. A felicidade se constrói com a fidelidade, diariamente. Não esquecemos a promessa do dia do casamento: “Na saúde e na doença...”. Com a graça do sacramento e sempre com a ajuda de Deus, chega-se às bodas de diamante.

Jorge. Penso que transmitimos a outros casais uma visão positiva acerca de uma família numerosa e que devemos manter sempre uma total confiança em Deus, tanto no referente à educação dos filhos, como no tocante aos meios materiais necessários para sustentar a família. Estes meios, sempre justinhos para cobrir as necessidades, nunca nos faltaram! Nesses sessenta anos, temos muito a agradecer a Deus.

O que significa para vocês ter um filho sacerdote?

Jorge, o filho padre Ricardo e Maria Lúcia (1980)

Maria Lucia. Ter um filho sacerdote é uma grande alegria, mas também uma grande responsabilidade. É fruto de muita oração, da oração de gerações. Certo dia, em conversa com minha mãe, antes mesmo do nosso casamento, falando sobre ter um filho sacerdote, disse-lhe: “Mãe, ninguém o merece, é Deus quem escolhe”. O sacerdote é um escolhido de Deus! E abre mão de muitas coisa boas para atender ao chamado divino.

Vocês participam dos meios de formação do Opus Dei há quase cinquenta anos. O que destacariam na mensagem do Opus Dei a respeito da família?

No dia 1o de maio de 2010

Maria Lucia. Sozinhos, meu marido e eu não daríamos conta do recado. Nove filhos são nove provas de confiança de Deus em nós. Ao longo desses anos, recebemos uma valiosa ajuda através da formação do Opus Dei: tanto o casal como os filhos. Quatro dos nossos filhos são fiéis da Prelazia.

Jorge. Quando o Fundador do Opus Dei esteve no Brasil, em 1974, estivemos com ele, a família toda. Ao nos ver, suas primeiras palavras foram: “Maravilhosos”; “Deus teve muita confiança em vocês, muita confiança em vocês”. Essas palavras, vindas de um santo, são muito confortadoras, não acha?