31 novos sacerdotes de 15 países

O cardeal Robert Sarah ordenou na manhã do sábado, dia 5 de maio, 31 sacerdotes da Prelazia do Opus Dei na basílica de Santo Eugênio. "Vamos pedir ao Senhor que envie muitos sacerdotes”, disse.

Um momento da cerimônia de ordenação de 31 sacerdotes do Opus Dei.

Os novos sacerdotes procedem de 15 países: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa do Marfim, Eslováquia, Espanha, Filipinas, França, Holanda, Itália, Quênia, Nigéria, Uganda, Uruguai e Venezuela. O prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, participou da cerimônia, no presbitério.

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“O que exatamente é um sacerdote?”, perguntou o cardeal Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos sacramentos, durante a homilia. “A Bíblia apresenta o sacerdote como o homem da Palavra de Deus”, explicou. “O homem contemporâneo se dirige ao sacerdote procurando Cristo. Em questões econômicas, sociais ou políticas, podemos consultar tantas outras pessoas competentes sobre o assunto”. O sacerdote é pregador da verdade de Cristo: “Fala com caridade e, ao mesmo tempo, com verdadeira liberdade”.

Na Sagrada Escritura, “o sacerdote também é apresentado como o homem do perdão”. “O Papa Francisco recordava há alguns dias que o sacerdote é o apóstolo do confessionário, como o santo Cura de Ars ou o Padre Pio”.

O cardeal Sarah recordou que o sacerdote é o “amigo de Cristo”. Um amigo que é reconhecido de maneira especial na Eucaristia, porque “não há Eucaristia sem sacerdócio, assim como não há sacerdócio sem eucaristia”. Por isso, acrescentou, “todos os dias precisamos da Eucaristia para viver o nosso sacerdócio e ser mensageiros ousados do Evangelho em meio aos sofrimentos, dificuldades e hostilidades que podem nos cercar”. O Cardeal Sarah convidou os novos sacerdotes a buscarem a santidade e a serem homens “de profunda vida interior”.

Citando são Josemaria, o Cardeal explicou que “o caminho que conduz à santidade é caminho de oração e a oração deve vingar pouco a pouco na alma, como a pequena semente que se converterá mais tarde em árvore frondosa”. (Amigos de Deus, n. 295).

"Sejam sempre muito leais ao Romano Pontífice, aos bispos, sucessores dos apóstolos, e ao seu prelado".

O sacerdócio é serviço à Igreja, e a todas as almas. “Como vocês aprenderam de São Josemaria e de todos os seus sucessores, sejam sempre muito leais ao Romano Pontífice, aos bispos, sucessores dos apóstolos, e ao seu prelado. Amem os sacerdotes de cada diocese, peçam com constância ao Senhor para que envie muitos operários a toda a sua messe, que envie muitos sacerdotes santos, constituídos como custódios para alimentar a Igreja de Deus, que ele comprou com o seu sangue (Atos 20, 28)”.

O Cardeal parabenizou os pais e irmãos dos novos sacerdotes: “A partir de hoje vocês terão alguém do seu sangue que intercederá especialmente por vocês diante do Senhor. Ao mesmo tempo, todos temos que rezar por eles mais do que antes, porque a responsabilidade que eles assumiram é grande”.

No final da cerimônia, o cardeal deu a cada um dos novos sacerdotes um terço e um pequeno ícone da Virgem da Ternura. “Eu dou a vocês”, disse ele, “para que vocês possam se unir mais intimamente a Maria Santíssima e para pedir que rezem por mim também”.

O brasileiro Raphael Rezende Fernandes, paulistano e formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, foi um dos 31 diáconos da prelazia do Opus Dei que recebeu a ordenação no sábado 5 de maio.

O brasileiro Raphael Rezende Fernandes

"Deus foi muito bom para mim"

Um dos novos sacerdotes é o argentino Agustín Silberberg, nascido em Córdoba há 44 anos. Filho de médicos e ele mesmo doutor em medicina, trabalhou como especialista em vários hospitais até começar a estudar teologia. Por 10 anos competiu regularmente em torneios de rúgbi. “Deus foi muito bom para mim. Ter exercido a medicina me ajuda a entender melhor o profundo significado desse novo serviço aos outros”.

Um dos asiáticos é o filipino Alfred Cruz, 31 anos, ex-aluno dos maristas e da Universidade das Filipinas. Antes de iniciar seus estudos de preparação para o sacerdócio, ele trabalhou como arquiteto em um estúdio chamado “Asian Architects”, e dirigiu o trabalho social do Centro de Estudos Kapuluan na cidade de Quezon, realizado por estudantes universitários: cuidar dos pobres e doentes, catequese para crianças desfavorecidas, campos de trabalho, etc.

O nigeriano Elobuike Anthony Asogwa nascido em Enugu em 1986, é um dos seis novos sacerdotes da África. Estudou engenharia elétrica em seu país e depois se mudou para a Europa para estudar filosofia e teologia. Seu nome “Elobuike” significa literalmente “a força do conselho”. Talvez por essa razão - afirma ele - “eu valorizo muito o conselho, e entendo que parte do trabalho do padre é servir aos outros confortando, acompanhando, aconselhando”. Ele é o segundo sacerdote da família: “Eu tenho um irmão que também é padre diocesano. Ajudaremos uns aos outros, nos sustentaremos com a oração. Em breve também seremos irmãos no sacerdócio”.

“Levar a alegria de Cristo a todas as pessoas”

O francês Pierre Laffon, que antes de estudar em Roma, trabalhou como consultor de comunicação para várias instituições, gostaria de voltar à França, pois tem o desejo de comunicar a alegria da fé: “A missão do sacerdote é levar a todos a alegria de Cristo. Como o Papa Francisco diz, não podemos ter uma cara de velório. Terei essa alegria se for fiel à missão que o Senhor escolheu para mim”.

Martijn Pouw, nascido em Maastricht (Holanda) em 1977, já havia trabalhado como advogado e professor universitário. Grande fã da bicicleta, comenta o desafio de exercer o seu futuro trabalho profissional em um país secularizado: “Estou entusiasmado por poder ser uma ponte; somente o fato me vestir de preto dá a chance de responder a perguntas sobre Deus, o sentido da vida ou a felicidade humana. Martijn afirma que “deixar a carreira deadvogado para ser padre pode surpreender, mas penseibem nisso, rezei e conversei muito com Deus. O advogado defende os interesses temporários de seu cliente, enquanto o sacerdote lida com o interesse eterno das pessoas, há uma certa continuidade”.

Outro dos europeus é o farmacêutico andaluz Francisco Javier Fernández Centeno, que estudou teologia em Roma. Grande fã de pássaros (“em casa tínhamos pombos, canários, corujas, corujinhas, falcões, colibris, rolinhas e outras espécies”, diz), cursou o ensino médio na escola pública San Fulgencio de Écija e, depois de estudos universitários, trabalhou 20 anos atendendo clientes de uma farmácia. Foi um dos sócios fundadores da Associação Espanhola de Farmácia Social.

TRADUÇÃO: Mônica Diez